Os alugueis em Portugal estão em alta. E quando digo alta você já pode pensar em pelo menos o dobro, ou talvez até mesmo o triplo dos valores praticados há 2 anos atrás (lá pelo ano de 2016).

Isto porque, no período em que Portugal passou pela crise financeira (entre os anos de 2010 e 2014), o mercado imobiliário e de construção civil estagnou, ou seja, NADA se construía pois não havia dinheiro em circulação.

Com o “boom” de Portugal no mercado mundial, sendo, inclusive, considera do por muitos como o “país da moda” desde o ano de 2016, muitos estrangeiros começaram a chegar e se estabelecer no país. Assim, muitos franceses, ingleses e nós brasileiros começamos a chegar em peso em Portugal.

Assim, a demanda aumentou exponensialmente, contudo o mercado de imóveis não conseguiu acompanhar este boom de crescimento tão rápido e tão grande, fazendo com que os preços se elevassem (e muito).

Porém meus amigos, uma coisa é o preço dos imóveis subir, outra coisa é fazer leilão como muitas imobiliárias e administradoras têm feito.

Este fato ocorre em várias cidades de Portugal, porém de forma mais acentuada e grave principalmente nas capitais dos distritos de Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria, Aveiro, Braga e Viana do Castelo.

O que tem ocorrido é o seguinte: O possível locatário (português ou estrangeiro – mas principalmente os estrangeiros por motivos óbvios), ao entrar em contato com uma determinada imobiliária/administradora de imóveis, e informar seu interesse por uma moradia que viu disponível (seja através de sites de anúncios ou mesmo através de fulano de tal), é realizado um cadastro com seus dados e o corretor agenda uma nova ligação para breve com o interessado.

Contudo, o corretor já possui anotado os valores que alguns interessados no imóvel já garantiram pagar pelo aluguel e, munido de tais informações, literalmente age como um leiloeiro e começa o leilão do “quem dá mais”.

Em regra, quando um imóvel fica disponível para locação, pelo menos 50 interessados entram em contato rapidamente (diante da alta demanda e pequena oferta – como já mencionei acima) e logo esse número fica restrito aos melhores 5 “lances”. A parir daí, já termina o leilão e começa o que deve realmente ser feito, que é a análise da documentação e verificação de quem (dos vencedores) tem a melhor ficha para finalmente conseguir o imóvel.

Já vi imóveis que valiam 300 euros há 2 anos atrás, começarem anunciados por 500 euros o aluguel e acabarem sendo alugados por 700 euros, ou seja, mais do que o dobro do valor real de mercado e 200 euros acima do valor inicialmente anunciado.

Tenho que ser justo e também mencionar o fato de que isto não acontece com todos os alugueis, porém cada vez mais tem se tornado uma prática comum.

Um fato importante e que devo salientar é que, a construção civil de Portugal nos dias de hoje (2018/2019) está bombando e, o número de oferta de imóveis está crescendo (graças a Deus) gradualmente, mas creio que a bolha imobiliária somente terminará entre o final de 2019 e o início de 2020.

Sendo assim, ainda teremos um ano pela frente com aluguéis com preços super elevados. A questão é fazer uma boa pesquisa e sair dos centros urbanos, buscando imóveis em cidades (concelhos) vizinhos das capitais, o que fará com que seu aluguel seja muito mais em conta.

Marcus Castello Branco, Advogado, especialista em direito de imigração, sócio fundador do escritório de advocacia Total Brasil Portugal

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